Queres conhecer melhor a tua cidade?
- Disponibilizados alguns textos que te podem ajudar no conhecimento do património da tua cidade. Textos retirados das várias edições do Boletim Infanto-Juvenil, O Biblocas, que sempre podes consultar no seu formato original, em PDF.
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É verdade, este
edifício do século XV que terá sido reformulado entre o séc.XVI e o séc. XX,
assim conhecido devido à presença das duas esculturas (Nichos) em alto-relevo
que ornamentam a fachada, foi exemplarmente reabilitado pela nossa autarquia em
2008 para acolher uma área expositiva onde pode ser visto parte do espólio
arqueológico do concelho, com destaque para o período da Pré-história, Idade do
Ferro e Romanização.
Neste mesmo edifício
foi inaugurada também uma extensão educativa para a área de arqueologia, onde é
possível efectuar uma viagem virtual ao património arqueológico do concelho e
contactar com algum espólio aí existente. Assim, com uma forte vocação pedagógica,
o visitante tem ao seu dispor meios multimédia para aceder à informação sobre o
património concelhio como a citânia de Santa Luzia, as sepulturas medievais de
Santa Maria de Geraz do Lima ou as gravuras rupestres de Carreço.

Por isso, com os
teus amigos, não deixes de fazer uma visita a este espaço cultural e veres com
os teus próprios olhos quão bonitos e interessantes são os percursos da
história da nossa região.”
Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA)
CMIA “…o Centro de
Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) é um espaço que resulta da
recuperação das Azenhas de D. Prior, no âmbito do Programa Polis? É verdade, o
CMIA proporciona o indispensável enquadramento técnico e logístico às
actividades a desenvolver no Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo, cuja
requalificação e valorização é uma das mais emblemáticas intervenções da
VianaPolis. Com uma área de cerca de 20 hectares, o Parque Ecológico Urbano de
Viana do Castelo está contíguo ao Centro de Monitorização e Interpretação
Ambiental. Sendo parte integrante do Estuário do Rio Lima, era nesta área que
se reuniam as condições para a água da preia-mar ser “guardada” com o objectivo
de pôr em funcionamento o moinho de maré da Azenha de D. Prior. Segundo um
historiador local, a história do moinho inicia-se em 1803, quando António
Pereira Pinto Araújo, Abade de Lobrigos e Dom Prior da Colegiada de Barcelos –
que veio dar o nome às azenhas –, solicitou autorização à Câmara para “fazer
todo seu” o terreno pantanoso, “por não ser útil a algum indivíduo” a fim de o
drenar e tornar cultivável e assim “assegurar a pública felicidade a todos os
viventes desta vila”. No entanto esse seu primeiro intento depressa
desapareceu, pelo que em 1809 há referências à existência deste moinho movido
pela força da maré, que está documentado na Carta Cadastral da Cidade de 1868,
onde se pode ver a existência de 4 mós. Nos finais do século XIX, é provável
que o industrial francês Jules Deveze tenha comprado as azenhas aos seus
anteriores proprietários e lhe introduziu enormes melhoramentos, substituindo
todo o maquinismo que seria de madeira, por outro de metal. Mais tarde, as
azenhas foram compradas por Leão Fernandes, acabando por decair e sendo
abandonadas, talvez na década de 1930.
O interesse em criar
um parque urbano não é recente. Desde 1995 o Município manifestava interesse na
requalificação e valorização ambiental deste local. Em 2000, Viana do Castelo
candidata-se ao Programa Polis – Programa de Requalificação Urbana e
Valorização Ambiental das Cidades. São assim promovidas diversas intervenções
na cidade, nas quais se insere o Centro de Monitorização e Interpretação
Ambiental e o Parque Urbano da Cidade. Segundo os especialistas, a vegetação
ocorrente e que caracteriza cada um dos biótopos é fortemente condicionada por
dois aspectos fundamentais: presença permanente de água (formação hidrófilas) e
influência de água com salinidade (formações halófitas). Existem assim, essencialmente,
espécies vegetais que caracterizam biótipos como Morraçais, Gramatais, Juncais,
Caniçais, Mata Ripária, Matos e Matagais Indiferenciados e Prados. Os
princípios que fundamentam o desenvolvimento deste projecto são os seguintes:
dinamizar um espaço verde com características distintas daqueles já existentes
ou projectados para a cidade de Viana do Castelo; dinamizar um espaço vedado,
que potencie e valoriza as características naturais do local e que proporcione
óbvios benefícios directos e indirectos, para a qualidade de vida da população;
dinamizar um espaço onde a sua gestão será tendencialmente sustentável, na
procura de um equilíbrio entre as suas componentes funcionais, ecológica e
paisagística; potenciar o desígnio da Educação Ambiental, como vocação central
de todas as actividades a desenvolver neste espaço.
O Biblocas propõe-te que faças uma visita a este
interessante espaço natural que integra a caldeira de D. Prior alimentada diariamente
pela ribeira de S. Vicente e pela água da maré. Na Zona Norte, este é o único
engenho que se conhece com recurso a este sistema e com a particularidade de
ser quase integralmente construído em ferro.”
… o Jardim Público
de Viana do Castelo remonta a meados do século XIX?
É verdade, na Carta
Cadastral da nossa cidade, 1868-1869, entre pequenos espaços ajardinados
privados, conventuais e senhoriais, destaca-se o Jardim Público implantado
entre a Doca do Castelo e a Doca da Dízima no Largo do Jardim. Era um espaço
murado com dois portões, a nascente e poente, ladeados por colunas.
Tudo começou em 20
de Dezembro de 1845 quando a Câmara deliberou que se mandasse fazer o
nivelamento do terreno e plantação de arvoredo no Largo de Santa Catarina,
pagando-se a despesa necessária, e que se abonasse também quatro mil e
oitocentos reis de aluguer anual de uma casa para se estabelecer a guarda para
vigiar pela conservação do arvoredo e seu tapamento. Em meados do mês de Março
de 1846 determinou que se publicasse por Edital a proibição de entrada no
Passeio pessoas indecentes, crianças não acompanhadas e animais que pudessem
destruir as plantações, organizando-se nesse sentido uma Postura Municipal.
Este seria o primeiro jardim existente em Viana. Por razões várias, e porque
este local estivesse projectado para, em parte, ser absorvido para a construção
da doca comercial, a mesma Câmara Municipal, em sessão de 15 de Setembro de
1881, decidiu construir um novo jardim, no Largo de Pombal, em lugar central da
cidade.
Segundo um
historiador local o novo jardim, denominado “Passeio Público”, foi construído
com um espelho de água ao centro, um coreto para a música, metálico, bem como
bancos de ferro, colunas e candeeiros de iluminação pública a gás, tudo
encomendado à Fundição do Bolhão, Porto, em Outubro de 1881. Com o gradeamento
de ferro que o cercava, ficaram todas as obras concluídas em Abril de 1882.
Abria assim este jardim por dois monumentais portões, um virado a Poente, o outro,
virado para a já construída Ponte Metálica. A meio da vedação do lado Norte
tinha ainda um pequeno portão de serviço. Ao longo dos séculos que nos separam
da sua construção, o Jardim Público sofreu várias transformações – nomeadamente
em 1888, onde foram feitas importantes obras de construção do Cais do rio Lima;
em 1911, a Câmara Municipal retirou as grades e portões que o cercavam, sendo
que no ano seguinte fez-se a divisão em talhões e a arborização do espaço até à
Ponte Metálica; e, duas décadas mais tarde, numa iniciativa do Capitão Gaspar
de Castro, todo o espaço do antigo “Passeio Público” juntamente com os terrenos
ajardinados até à Ponte Metálica, numa extensão de 530 metros, foram
reconvertidos e agrupados no Jardim Público Marginal –, até o conhecermos na
actualidade como um local aprazível da nossa cidade, enquadrando assim uma
trilogia, Jardim, Cais e Rio.
Fonte: O Biblocas n.º 43
Carreteiro da Abelheira

Para a concretização
deste monumento, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Viana do
Castelo, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior convidou o escultor vianense
Manuel Gonçalves Rocha para o desenvolvimento e execução do projecto. Uma
maqueta foi exposta na sede da Junta de Freguesia, de forma a dar a conhecer a
escultura e de constatar as opiniões da população. Foi grande o impacto que
gerou na população, tendo

O monumento foi
inaugurado em 20 de Março de 2010.
Fonte: O Biblocas n.º 42
Estação
do Caminho de Ferro
“... o
edifício da Estação do Caminho de Ferro foi construído entre 1878 e 1882? Pois é!
Esta é data exacta da sua construção. Também ficas a saber que o autor do projecto
foi o Eng. o Alfredo Soares e para que a sua construção fosse possível teve de
se demolir, em 1877, o antigo Convento de S. Teotonio dos Cónegos Regrantes de
Santo Agostinho, ou dos Crúzios, convento que havia sido fundado em 1631.
O Eng. o
Alfredo Soares nasceu na cidade do Porto, a 26 de Outubro de 1852 e faleceu na
mesma cidade a 27 de Junho de 1889. De 1867 a 1872 tirou o curso de Engenharia
civil na antiga Academia Politécnica do Porto. Em obediência às determinações
regulamentares do tempo, frequentou a aula de Arquitectura da Academia
Portuense das Belas-Artes pelo que concorreu à 10.ª Exposição trienal de 1869
com um projecto de monumento a D. João I.
Após a
obtenção do seu diploma e ter realizado uma viagem de estudo por algumas nações
"da 'Europa, o En . o Alfredo oares ingre a no quadro da obras-Públicas,
sendo, à data do seu falecimento, Engenheiro de 2. "classe.
Serviu
por muitos anos a Direcção da Construção dos «Caminhos-de-Ferro do
Minho-e-Douro», presidindo à construção da 4. a Secção da linha do Minha e
desempenhando as funções de Engenheiro-chefe da Construção daquelas linhas. Foi
nesta fase da sua vida profissional que o Eng. o Alfredo Soares projectou e
dirigiu a construção da Estação do Caminho de Ferro de Viana do Castelo.
Segundo os entendidos, esta é «a sua obra capital e que bem define a garra de
um Engenheiro completo, por ser também, caso nada vulgar, admirável desenhador».
Referindo-se
ao magnífico edifício da nossa Estação, escreveria o escritor Ramalho Ortigão,
em 1887, numa das suas «Farpas»: "O viajante é agradavelmente surpreendido
logo ao chegar [a Viana do Castelo] pelo aspecto da gare, uma das maiores e
belas do país. Esta construção, dirigida por um jovem Engenheiro do Porto,
reúne a uma perfeita elegância de linhas gerais e a uma grande harmonia de
proporções a mais esmerada mão-de-obra, o mais fino acabamento de todos os
detalhes”.
Fonte: OBiblocas n.º 29
Escola
da Avenida | Escola Alfredo de Magalhães
... a
Escola da Avenida tem o nome de um senhor que foi Ministro da Instrução, ao
tempo da construção da mesma escola? É verdade, trata-se do Dr. Alfredo de
Magalhães e o seu nome está ligado à construção de outras escolas, mas esta é
das mais bonitas que até ali se havia construído.
A
primeira pedra desta escola foi lançada em 12 de Dezembro de 1928, altura em
que o Dr. Alfredo de Magalhães, acompanhado dos respectivos secretários e
doutras personalidades do governo da época, se deslocou à nossa cidade para
simbolicamente colocar a pedra que continha o auto assinado pelos Ministros e
por outras pessoas de destaque. Segundo relatos da época, bateu com o martelo
as pancadas da praxe. Foi nessa cerimónia que um responsável do Pelouro da Instrução
manifestou, em nome da população vianense, o propósito de a futura escola
passar a denominar-se de "Escola Dr. Alfredo de Magalhães". Nessa
altura houve uma cerimónia muito bonita, com muitas pessoas a assistir,
sentadas num estrado erguido no terreno onde seria construída a escola. O Dr.
Alfredo de Magalhães, seria ainda surpreendido com a oferta de um lindo ramo flores
por crianças de diversas escolas primárias, bem como a quantia de cem escudos
(moeda antiga que bem conheceste ou deves ter ouvido falar) destinada à maternidade
Júlio Dinis, que ele mandaria erigir na cidade do Porto. A obra ficaria concluída
em 1933.
A beleza
da sua arquitectura realça-se na própria frontaria, um modelo arquitectónico que
segundo os entendidos de arte dizem ser «segundo revivalismo», com esfera armilar,
ombreiras e dintéis de sabor «neomanuelino», ou seja, o estilo a seguir ao «manuelino»,
aquele estilo que tu já ouviste falar da época dos descobrimentos (reinado de
D. Manuel I). De facto, os dois painéis de azulejos colocados nos flancos da
frontaria representam a época dos descobrimentos, reproduzindo excertos dos
«Lusíadas», essa extraordinária obra do poeta dos poetas, Luís de Camões.
Realce-se ainda, na sua frontaria, os dois fontanários, rematados por duas
pequenas estátuas de crianças (um rapaz e uma rapariga estudantes), em granito.
Com
início em Novembro de 1997, a escola sofreu importantes obras de remodelação e
ampliação, por forma a adaptar-se às novas exigências pedagógicas e do ensino
e, tornando-a num espaço mais acolhedor, mais atraente e mais seguro. Foi
reaberta, oficialmente, no dia 8 de Janeiro de 1999.”
Fonte: O Biblocas n.º 28
Elevador
de Santa Luzia
"... o
Elevador de Santa Luzia, hoje propriedade da Câmara Municipal, foi inaugurado
no dia 2 de Junho de 1923? É verdade e foi seu promotor uma personalidade conhecida
na nossa cidade, que até tem nome de rua, Bernardo Pinto Abrunhosa. À data, a
construção deste grande melhoramento para a cidade foi da responsabilidade da
«Em preza do Elevador de Santa Luzia». Os seus 650 metros de extensão, 160
metros de desnível e 25% de inclinação média, colocam-no no topo dos de maior
curso do país, já que o da Nazaré tem 310 metros; o da Bica, em Lisboa, 283m; o
da Glória, também em Lisboa, 276m; o do Bom Jesus, em Braga, 274m; e, o do Lavra
(Lisboa), 188m. Antes de ser encerrado, o Elevador, tinha duas carruagens, cada
uma delas com a capacidade para 25 pessoas, equipadas com instalação eléctrica
(Brown Boveri) - sendo o motor trifásico rotor bobinado de 50 Kw, 380 v, 50 hz
- dispositivos de segurança e 2 rodados especiais. Deslocava-se a uma
velocidade de 1,5 metros por segundo e
levava 7 minutos a percorrer os 650 metros. Como vês, pelas suas características
e pelo seu enquadramento na paisagem, o Elevador de Santa Luzia, também
conhecido por Funicular, é hoje considerado uma espécie de monumento para Viana
do Castelo. Outro facto curioso é que, no último ano de funcionamento (2001), o
mesmo funicular foi utilizado por cerca de 40 mil pessoas, pagando na altura
120 escudos por viagem.
Este
elevador, que estava encerrado há cerca de cinco anos, deverá retomar a
actividade em Maio do corrente ano, após conclusão de obras de valorização.
Desde a sua inauguração (1923) até Agosto de 1944, os responsáveis pela sua
exploração foram a «Em preza do Elevador de Santa Luzia»; de Agosto a Outubro de
1944, a Direcção Geral dos Caminhos de Ferro; a partir de 6 de Agosto de 1945 é
retomada a exploração do mesmo, agora com a designação de «Funicular de Santa
Luzia»; a partir de Novembro de 1946, passa a estar a cargo directo da Câmara
Municipal, contrato que viria a findar em 24 de Novembro de 1951, sendo o
elevador entregue à Direcção Geral de Transportes Terrestres que, por sua vez,
o transferiu para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses; de 1988 a 19
de Abril de 2001 é concessionado à empresa «Somartis, Lda.», ficando inactivo
desde aquela data.
Gostaríamos
de te recordar que as obras de valorização foram iniciadas em 2003, logo após a
transferência do mesmo para a propriedade da Câmara Municipal.”
Fonte: O Biblocas n.º 26 e 27
Busto /
Monumento a Cláudio Basto
... o
busto / monumento a Cláudio Basto, implantado no recinto do antigo Liceu - hoje
Escola Secundária de Santa Maria Maior - é da autoria do escultor vianense
Manuel Rocha? É verdade, desse escultor já te falámos quando nos referimos ao
monumento a Viana do Castelo (também da sua autoria), erigido junto à Fortaleza
de S. Tiago da Barra.
O busto
/ monumento a Cláudio Basto foi inaugurado em 1986 e implantado nas imediações
do antigo Liceu. A iniciativa de se erigir tal monumento integrou-se nas
comemorações do 1. o Centenário do Nascimento deste ilustre etnógrafo e
professor Vianense, médicocirurgião de profissão, nascido a 23 de Agosto de
1886 e falecido em 1946.
Cláudio
Filipe de Oliveira Basto, seu nome completo, frequentou a Escola Primária e
concluiu o Curso Geral dos Liceus, em Viana do Castelo. Foi nesta linda cidade
do Lima que Cláudio Basto iniciou a sua carreira de escritor, vindo a
celebrizar-se, mais tarde, como etnógrafo.
As comemorações
do 1º Centenário do Nascimento de Cláudio Basto, eram realizadas conjuntamente
pelo Centro de Estudos Regionais (CER), pela Câmara Municipal de Viana do
Castelo e pelo Arquivo Distrital, no mês de Agosto de 1986. Do programa
constaram uma sessão solene de abertura, no dia 23, no auditório do Arquivo Distrital
e uma sessão de apresentação da reedição do livro «Traje à Vianesa», de Cláudio
Basto, no dia 29, na velhinha Biblioteca, seguindo-se uma mesa redonda sobre
«Cláudio Basto - a vida e a obra», no Salão Nobre da Câmara Municipal. A 23 de
Dezembro desse mesmo ano, inaugurou-se uma exposição biobibliográfica, no
Arquivo Distrital, encerrando-se as comemorações com a inauguração do busto / monumento
que, como te dissemos, é da autoria do escultor vianense Manuel Rocha e seria
colocado junto ao antigo Liceu, onde Cláudio Basto havia sido professor.
Pena é
que não se respeite o monumento, pois tem vindo, constantemente, a ser
vandalizado. Não te esqueças de dizeres aos teus colegas que aquele ali
representado foi um grande professor e um excelente escritor.”
Fonte: O Biblocas n.º 25
Monumento
a D. Afonso III
“… o
monumento implantado e nas proximidades da via de acesso à ponte metálica é
dedicado a D. Afonso llI, o rei que atribuiu o foral de Vila à nossa cidade em
1258? É verdade, o referido monumento insere-se no propósito da Câmara
Municipal em criar espaços verdes, valorizando esses mesmos espaços com a
vertente monumental e artística, rodeando-os também com um conjunto de vias que
possam contribuir para a clarificação e fluência de trânsito.
O
monumento ao Rei Fundador do município com 12 metros de altura e constituído
por 24 blocos de mármore de Estremoz; raiado de rosa, medindo cada um
50x50x100cm, obra do escultor Paulo Neves, faz alusão aos diversos aspectos da
vida e acção daquele Rei. Assim, um escudo, no lado esquerdo, induz o carácter
ao guerreiro; uma asa, no lado direito, assinala as características de
protector do Reino; as linhas rectílinias da cabeça representam a coroa de Rei,
ao passo que a parte posterior da escultura, através de uma subtil disposição
em espiral, evoca o crescimento e construção do Reino de que foi derradeiro
conquistador.
O
escultor Paulo Neves, trabalha com madeira, pedra e outros materiais. Tem
exposto em países como Holanda, França, Moçambique, Mónaco, Espanha, Alemanha,
Estados Unidos da América e Brasil. Segundo o escritor António Ramos Rosa «A
natureza também cria, a criação na escultura de Paulo Neves é claramente
partilhada, com uma humildade que não esconde a mestria técnica e a riqueza do
seu imaginário. Assistimos a um ritual antigo, a um corpo a corpo com a
matéria, a uma troca de poderes, de fluídos, de segredos até que a matéria é de
novo habita, se torna detentora de uma nova alma, de um ser, que é o ser das
estátuas e o ser do mundo revisto pelo olhar do escultor». Aqui fica uma
sugestão: procura apreciar este e outros monumentos da nossa cidade!”
Fonte: O Biblocas n.º 23 e 24
Monumento
a Manuel Couto Viana
... no
dia 11 de Abril de 1992, a Câmara Municipal de Viana do Castelo realizou uma
homenagem ao artista vianense Manuel Couto Viana? É verdade, essa homenagem foi
para comemorar o 1. o centenário do seu nascimento e o programa comemorativo
constou de uma sessão solene no salão nobre dos antigos Paços do Concelho,
presidida pelo então presidente a Câmara, Dr. Branco Morais, do descerramento
de uma lápide alusiva à efeméride na casa onde nasceu e viveu, e da inauguração
dum monumento que consagra a memória do homenageado. É desse monumento e da
vida de Manuel Couto Viana que hoje te vamos falar.
O busto
em bronze, assente num pedestal em granito, é da autoria do escultor Joaquim
Barbosa e está colocado no Largo que passou a ter o nome do homenageado, na
conhecida urbanização da "Socomina".
Com base
num apontamento biográfico feito pelo seu filho e poeta António Manuel Couto
Viana, podemos adiantar-te que Manuel Couto Viana, era filho do comerciante e
industrial vianês Manuel Martins do Couto Viana e de Maria Adelaide da Silva
Rodrigues de Carvalho, e nasceu em Viana do Castelo, a 13 de Março de 1892, na
casa do seu pai, conhecida na altura pela «Casa do Doutor», na actual Praça da
República onde foi descerrada a lápide comemorativa que atrás te referimos.
Depois
de ter frequentado o curso dos liceus na sua terra natal e no Liceu Central do
Porto, e desiludido com a marcha política do país, resolveu ir formar-se em
engenharia na Alemanha, na Universidade de Charlsttenburg, de Berlim, para onde
seguiu em 1912. Ao tempo, era ele colaborador assíduo do periódico vianês
«Folha de Viana», dirigida por João da Rocha (o Frei), onde deixou vasta mas anónima
prosa literária, a par de algumas ilustrações. Em Viana do Castelo e seu
Distrito, Manuel Couto Viana foi autor de capas de livros de autores da região,
cartazes de festas, ilustrações em jornais e revistas, decorações de
exposições, récitas teatrais, organizações de cortejos, desenhos de lápides,
restauração de velhos solares, etc. Foi, ainda, editor e redactor principal do
jornal «Notícias de Viana», do «Arquivo de Viana do Castelo» e, com Abel Viana
e Alberto Meira, do «Anuário do Distrito de Viana do Castelo». À sua acção se
deve o renascimento do uso do traje regional.
Em 1945,
foi chamado a Lisboa para ocupar o cargo de Secretário da Junta Central das
Casas do Povo. Continua a desenhar, sendo o director artístico e principal
ilustrador do «Mensageiro das Casas do Povo», em 1946 a 1970. Continua, também,
a escrever crónicas, estudos etnográficos, contos, memórias, que foram
reunidas, juntamente com alguns inéditos, no livro «Ferro-Velho», dividido em
dois volumes, editados em 1989 e 1990 pela Câmara Municipal de Viana do
Castelo.
Manuel
Couto Viana morreu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1970.”
Fonte: O Biblocas n.º 22
Monumento
a Manuel Espregueira
“... o
busto existente no jardim público da beira rio, a escassos metros da ponte
metálica e junto à Avenida Camões é de uma destacada figura vianense que se
chamava Manuel Espregueira? De certeza que já ouviste falar no seu nome! Mas, o
seu busto de bronze, assente num plinto de granito, foi inaugurado em 21 de
Agosto de 1936. Esta personalidade foi de extrema importância para a nossa
cidade. Manuel Afonso Espregueira nasceu em 5 de Junho de 1835 e faleceu em 28
de Dezembro de 1917, na quinta que possuía na freguesia de Vila Franca, donde o
seu corpo foi trasladado para a igreja de Santo Antônio e viria a ser sepultado
na capela da quinta da Abelheira.
Manuel
Espregueira era bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra e
engenheiro pela Escola de Pontes e Busto de Manuel Espregueira Calçadas de
Paris. Para além da sua actividade profissional, este ilustre vianense foi um
político activo, deputado em várias legislaturas, par do reino, conselheiro de
Estado, ministro da fazenda na última década da Monarquia, e foi galardoado com
distintas comendas e condecorações, Foi também autor de memórias, relatórios e
diversos estudos relacionados com a sua especialidade.
A sua
acção em prol do desenvolvimento de Viana do Castelo está bem patente na
realização de diversas e importantes obras, das quais destacamos a estrada para
Santa Luzia, a doca e o cais do rio Lima, o edifício da estação do Caminho de
Ferro e a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra.
Ainda em
vida foi homenageado pela Câmara Municipal que atribuiu o seu nome à antiga Rua
de Santa na. Mais tarde, aquando da implantação da República retiraram o seu
nome dessa rua e deram-lhe o nome de Carlos Reis que, segundo um historiador
vianense, por Viana nada fez e nem de cá era.
Só mais
tarde, a partir de 6 de Julho de 1922, a Câmara Municipal determinou passar a
denominar a antiga Rua de S. Sebastião de Rua Manuel Espregueira, hoje, uma das
mais movimentadas e longas artérias da cidade. A 4 de Junho de 1930, a Câmara
Municipal deliberou mandar erigir-lhe um busto num dos principais lugares. Em
1931, o busto da autoria do escultor portuense Henrique Moreira já se
encontrava em Viana mas teve que aguardar cinco anos (26.08.1936) para ser
inaugurado, numa cerimónia muito modesta, como noticiaria o Jornal «A Aurora do
Lima»: “… assistindo algumas pessoas da família, autoridades e elemento
oficial, sendo a guarda de honra feita por um piquete dos Bombeiros
Voluntários”.
Se fores
ao Jardim Público marginal, não te esqueças de procurar este monumento que,
como outros, assinala os feitos daqueles que nos antecederam. E neste caso
concreto, o ilustre vianense Manuel Espregueira!”
Fonte: O Biblocas n.º 21
Busto
erguido em homenagem ao militar, engenheiro e político Manuel Afonso
Espregueira. Localiza-se no início do Jardim Dom Fernando.
Monumento
ao Pescador
“... o
monumento ao pescador, colocado na rotunda do Campo do Castelo, é da autoria do
escultor José Rodrigues e foi inaugurado oficialmente a 22 de Dezembro de 1989?
É verdade, este monumento surge por proposta do então vereador da Câmara
Municipal de Viana do Castelo, Maurício Sousa, em reunião de 9 de Dezembro de
1987, com o intuito de dotar a cidade de elementos escultóricos com referências
culturais e marcas inconfundíveis da sua identidade. Prestar homenagem ao
pescador vianês, exaltando o seu labor e coragem, no contacto diário com o mar
- elemento omnipresente no destino da nossa cidade - , constituiu o motivo
principal que presidiu à vontade da Câmara Municipal e dos Estaleiros Navais de
Viana do Castelo para a concretização deste projecto. Na altura, a proposta
seria feita da seguinte forma: " ... Sendo uma cidade com um passado, um
presente e um futuro indissociável do mar e da gente que a ele se entrega os
pescadores - torna-se imperioso que os seus habitantes e o seu município
reconheçam, publicamente, o esforço, por vezes dramático, do pescador vianês, a
sua tenacidade e a coragem demonstradas no afrontamento diário à adversidade.
Este homem sofrido, assume-se como uma figura central do enleio existente entre
a cidade, o rio e o mar. Qualquer percurso a empreender no sentido de
desenvolvimento desta cidade e desta região, cruza, inevitavelmente, com estes
três elementos, pedras basilares de vitalidade de Viana do Castelo. Perante o
exposto proponho: [...] a viabilização da construção de um monumento intitulado
«Viana, terra de mar Homenagem ao Pescador»". A 27 de Fevereiro de 1988
a Assembleia Municipal autoriza a construção desse monumento e a 19 de Abril
desse mesmo ano, a Câmara Municipal delibera por unanimidade, adjudicar, por
ajuste directo, ao escultor José Rodrigues a execução do "Monumento ao
Pescador", pelo preço de 7.000.000$00 (sete mil contos). O seu
financiamento seria assegurado pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo,
processado ao abrigo da lei do Mecenato Cultural, publicado em 1986, por
iniciativa do Ministério da Educação e Cultura.
Esta
escultura, segundo a opinião do pintor Aníbal Alcino, "tem movimento, tem
acção, tem dramaticidade e constitui um todo, bem concebido, bastante arrojado
e harmonioso, representando um grupo de «marinheiros», «náufragos», que lutam,
unidos, contra a procela do mar, agarrando-se aos restos de um possível resto
de navio, ou casco de barco, capa de ferro, destroçada, simbolizada por uma
forma quadrangular, mais como que um «losango», erguido ao alto, de «bronze»,
prestes a afundar-se, mas a que ainda se agarram, por grossas cordas, com
desespero, os homens que vivem lutando com o mar do outro lado, familiares,
sempre com pavor da morte, ou na esperança da sobrevivência, figuras do povo,
comparticipam naquele drama encostando-se no pólo oposto à chapa, dura, que é
coo que a última «tábua» de salvação que nos resta…
Para
apreciares esta obra de arte que embeleza a nossa cidade, sugerimos uma ida até
ao Campo do Castelo, perto da Capela de Nossa Senhora da Agonia, para reparares
nos pormenores que simbolicamente representam as ideias apresentadas nesta
descrição.”
Fonte: O Biblocas n.º 20
Monumento
ao folclore
“... a
escultura que se encontra junto à Estação é de homenagem ao folclore vianense?
É
verdade, o grupo escultório é da autoria do escultor Jaime Azinheira e foi inaugurado
no dia 18 de Junho de 2000. Tudo aconteceu por altura das comemorações do 742.
o Aniversário da outorga de Foral à povoação da Foz do Lima, que passou a
designar-se de Viana, com o estatuto de vila. A cerimónia de inauguração deste
monumento teve início às 10 horas e 30 minutos desse mesmo dia, no Salão Nobre
dos Paços do Concelho, tendo os convidados, no final da sessão, seguido para o
Largo da Estação, onde se localiza a escultura, em bronze, que representa um
casal de bailarinos envergando traje vianês, envolvidos num passo de dança e
"modelados de modo largo em posição que acentua os aspectos vitalistas da
coreografia" - segundo dizem os entendidos.
Esta
peça, depois do Monumento ao 25 de Abril, da autoria de José Rodrigues e da
escultura a Viana do Castelo, de Manuel Rocha (monumentos de que já te
falámos), é a terceira de um conjunto projectado pela actual Câmara Municipal,
presidida pelo Dr. Defensor Moura, para enriquecer o património escultórico da
cidade.
Para que
fiques a saber algo mais acerca do escultor Jaime Azinheira, podemos
adiantar-te que é licenciado em Artes Plásticas e professor do Departamento de
Escultura da Faculdade de Belas Artes, do Porto. Este nosso amigo, já realizou
duas importantes exposições individuais, "Serões, 5 Histórias em três
Dimensões" e "Diálogo com as Máscaras", tendo também
desenvolvido actividade como designer, gráfico e ilustrador e como cenógrafo,
figurinista e aderecista para várias companhias teatrais. Tem obras públicas na
Figueira da Foz, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Varzim e Vila de Conde,
estando também representado em vários museus e colecções públicas e
particulares.
As
figuras, que tu podes contemplar à entrada da Estação, com cerca de 2.5 metros
de altura, em cima de um plinto granítico colocada na nova escadaria que
restitui àquela praceta o seu figurino inicial.”
Fonte: O Biblocas n.º 19
Monumento
a Pero do Campo Tourinho
“... o
monumento que se encontra ao fundo da avenida, dedicado a Pero do Campo
Tourinho é da autoria do escultor Luís Ramos de Abreu? É verdade, este
monumento foi inaugurado no dia 26 de Setembro de 1992 - pelo então Presidente
da República, Dr. Mário Soares -, no mesmo dia que se prestou homenagem aos
Navegadores Vianenses, pois, para além da sua inauguração depôs-se uma coroa de
flores no monumento a João Álvares Fagundes, personalidade de quem já te
falamos no "Biblocas" de Abril de 2003. Na ocasião da inauguração, o
Prof Adão da Fonseca evocou João Álvares Fagundes, Tourinho e Fernão de
Magalhães, e a Dra. Maria Barroso leu o poema «Magalhães» de Fernando Pessoa.
De referir, que o escultor Luís Ramos de Abreu é natural da freguesia de
Carreço, do nosso concelho, e o arranjo e respectivo enquadramento no local
onde está implantado deve-se ao Arq. o Marques Franco, muito conhecido na nossa
cidade.
Assinale-se
que um exemplar do busto de Tourinho realizado por Ramos Abreu foi oferecido
pela Câmara de Viana do Castelo ao município brasileiro de Porto Seguro, dadas
as afinidades entre estas duas cidades que advêm do facto de ter sido Pero do
Campo Tourinho o capitãodonatário de Porto Seguro, quando D. João III em 1534
resolveu dividir o Brasil em capitanias.
Pero do
Campo Tourinho, como o próprio nome indica morava, em 1517 - segundo um
documento antigo -, perto do Campo do Forno (hoje Praça da República). O
apelido «do Campo» está relacionado com este espaço, onde ele mesmo residia.
Segundo um historiador da nossa cidade, outros vianenses com o nome de Pero ou Pedro
viviam no mesmo arrabalde, e o facto de entre essa dúzia e meia de moradores apenas
este se chamar «do Campo», para o distinguir de outros habitantes da povoação,
estará relacionado com o prestígio de que gozava no seu meio social. O apelido
Tourinho tem a ver com a origem geográfica dos seus antepassados: Tourinho.
Tourinho quer dizer originário de Turim, nome antigo da freguesia de Amonde,
situada nas margens do rio Âncora.
Como
vês, vale a pena visitar este lindo monumento que reflecte um pouco do passado
de um ilustre vianense.”
Fonte: O Biblocas n.º 18
Praça da
Liberdade / Monumento ao 25 de Abril
“... o
monumento que se encontra ao fundo da Avenida dos Combatentes da Grande Guerra,
comemorativo do vigésimo quinto aniversário do 25 de AbriI, é da autoria do
artista e escultor José Rodrigues? É verdade, este monumento surge como
"homenagem da Câmara Municipal de Viana do Castelo aos cidadãos que
sofreram e que morreram vítimas da injustiça e da opressão e louvor à nobre
geração de Abril, que há 25 anos, quebrou as correntes e abriu as portas da
Liberdade ", conforme se pode ler no próprio monumento.
Sabes
como tudo aconteceu? Já há muitos anos os vianenses sonhavam com um monumento
ao 25 de Abril, chegando até a colocar uma primeira pedra no Largo 1.º de Maio.
Por isso, um dia o Senhor Presidente da Câmara Municipal, Dr. Defensor Moura,
agarrou a ideia de projectar uma grande praça ao fundo da avenida. Se assim pensou
assim se fez, dominando esse espaço de Praça da Liberdade. Aí resolveu erigir
um grandioso monumento ao 25 de Abril e, depois de muito reflectir, já que o
escultor convidado deveria corresponder à dimensão e à Dr. Defensor Moura e
José Rodrigues junto ao monumento importância do monumento, escolheu o grande
artista José Rodrigues. Conversaram muito a propósito das intenções do Senhor
Presidente da Câmara e as ideias foram surgindo, até que o ilustre escultor
conseguiu, finalmente, encontrar a forma ideal para contemplar o sonho de tanta
gente que sofreu o tempo da ditadura e a vontade de homenagear os mártires da
Liberdade, que o Dr. Defensor Moura tinha pensado: «o arco de triunfo da
liberdade como porta que se abre para deixar ver a cidade após a ruptura do
cadeado que sujeitara os homens». O monumento tem dezasseis metros de altura e foi
executado em aço CORTEN, deforma aficar protegido do desgaste da ferrugem ao
longo dos tempos.
Para
ficares a saber algo mais acerca do escultor, desenhador e gravador José
Rodrigues, podemos revelar-te que nasceu em Luanda (Angola) em 1936, é diplomado
em Escultura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi professor.
Actualmente é director, animador e professor da Cooperativa Árvore, do Porto.
Está ligado, como um dos principais dinamizadores, às Bienais de Cerveira, um
dos maiores acontecimentos ligados às artes que se realiza em Vila Nova de
Cerveira. Fez a primeira exposição em 1973. Recebeu vários prémios, dos quais
destacamos o Prémio Sousa Cardoso, de pintura, o Prémio da Imprensa pelo melhor
espaço cénico e o Prémio de Escultura, em Vila Nova de Cerveira, em 1982. Em
Viana do Castelo, José Rodrigues, é também o autor do monumento ao Pescador,
existente na rotunda, no Campo da Agonia.”
Fonte: O Biblocas n.º 17
Monumento a Viana do Castelo
“... o
monumento a Viana do Castelo erigido junto à Fortaleza de Santiago da Barra é
da autoria do escultor Manuel Gonçalves Rocha? Pois é, este nosso amiguinho
nasceu na freguesia de Monserrate, Viana do Castelo, em 1942. Estudou na Escola
Primária do Carmo e no Liceu Nacional de Viana do Castelo. É licenciado em
escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo sido bolseiro da
Fundação Calouste Gulbenkian. Fez o Curso de Ciências Pedagógicas da Faculdade
de Letras do Porto e o Estágio Pedagógico na Escola de Artes Decorativas Soares
dos Reis. Actualmente, é professor do 5. o grupo na Escola Secundária de
Monserrate.
Manuel
Rocha tem participado em várias exposições e realizou várias cenografias para a
oficina de Teatro do Centro Cultural do Alto Minho. Executou diversos troféus e
medalhas, tendo também uma vasta obra gráfica publicada.
A
propósito da estátua alegórica a Viana do Castelo, o escultor afirma ter-lhe
surgido a imagem de uma mulher de panejamento ao vento virada para a entrada da
barra, com uma mão ofertando um malmequer e com a outra segurando um barco
típico da Ribeira. E, como a peça executada fica em local agressivo devido à
proximidade do mar, foi utilizado o bronze como metal de execução. Esta estátua
tem cinco metros de altura colocada em pedestal de igual medida, o que perfaz
10 metros, resultando num harmonioso contraponto com a antiga Torre dos Pilotos
da Barra e a enormidade dos guindastes da unidade de construção naval que lhe
serve de fundo.
Para a
execução do monumento foram precisas cerca de 2960 horas/homem distribuídas
pela concepção, modelagem, montagem, formação e fundição.
Outro
facto curioso é que se gastaram à volta de 350 quilogramas de aço, 32 metros de
madeira para cofragem, 50 barrotes de madeira de pinho, 1600 quilogramas de
barro de modelação, 85 sacos de gesso estuque, 17 quilogramas de sisal e 3
toneladas de bronze. Para dourar a carnação da escultura gastou-se cerca de
2000 folhas de ouro de 24 quilates no formato de 8x8 centímetros.
O
monumento foi inaugurado no dia 5 de Outubro de 1999.”
Fonte: O Biblocas n.º 16
Monumento
a João Alvares Fagundes
...
mesmo em frente ao antigo edifício da alfândega, numa área de terreno
conquistada ao rio, existe uma estátua que representa uma das grandes figuras
de Viana? É verdade, a figura aí representada é, João Álvares Fagundes, um
grande navegador vianense, capitão da Terra Nova, descobridor do Canadá e das
Ilhas do Bacalhau, cavaleiro da Casa de El-Rei, uma figura quase lendária do
nosso burgo. Inicialmente, esta estátua esteve no Jardim Público marginal (topo
poente), sendo transferida para o actual local em 1991, devido à recolocação da
estátua de Viana (1990), depois de ter estado no Largo da Altamira, durante
várias décadas.
Mas quem
era João Álvares Fagundes? Sabe-se que era natural de Viana, filho de Álvaro
Anes Fagundes, e deve ter nascido por volta de 1470, em plena época dos
descobrimentos. Descendia duma família importante - os Fagundes que haviam sido
enobrecidos por D. Afonso III pelos seus notáveis trabalhos na fortificação de
Viana - e tinham como privilégio o uso de brasão. Por ter sido criado junto ao
nosso porto de mar, cedo se entusiasmou pela actividade naval, e veio a
revelar-se uma personalidade importante na época dos descobrimentos. A viagem
de João Álvares Fagundes, de que há conhecimento documentado, é aquela a que
faz referência uma carta de doação do rei D. Manuel I, com data de 1521, da
qual se conhece uma pública forma passada em Viana e que o nomeia capitão das «Ilhas
Fagundas». Segundo dizem os historiadores, essa viagem deve ter sido realizada
de Abril a Outubro de 1520, ou por igual período, nos anos antecedentes mais
próximos. Mas a notabilidade deste ilustre navegador não ficou por aqui.
Desempenhou cargos importantes, exercendo por duas vezes, o mais alto cargo
municipal, isto é, «juiz pela ordenação». Faleceu cerca do ano de 1522 e está
sepultado na Sé Catedral de Viana do Castelo, na capela do Santo Cristo.
Esta
imponente estátua de bronze de homenagem a João Álvares Fagundes, obra
realizada em 1958, é da autoria do escultor Joaquim Barbosa. O primeiro passo
para a construção deste monumento deu-se na sessão camarária de 7 de Junho de
1956, onde foi nomeada uma Comissão de Honra e uma Executiva pró-monumento. Em
12 de Setembro de 1957 a Câmara deliberou consultar a Comissão de Arte e
Arqueologia sobre o local a colocar o monumento e, em 21 de Julho de 1958,
resolveu tomar a seu cargo a construção do referido monumento, cujos custos
foram os seguintes: ao escultor Joaquim Barbosa, sessenta e um mil escudos; à
Fundição Arte, de Vila Nova de Gaia, cinquenta e cinco mil escudos; a Manuel Alves
Barbosa (execução do pedestal), trinta mil escudos. Em 25 de Agosto de 1958 a
Câmara decidiu encarregar a Fundição Arte, de Vila Nova de Gaia de proceder à fundição
de 38 letras e de um baixo relevo, em bronze patinado, evocando o investigador
canadiano William Canong que em muito contribui para que melhor se conhecesse o
feito de João Álvares Fagundes, destinados ao pedestal do monumento. Segundo um
historiador da época, para a inauguração, a estátua foi coberta com uma
zarapilheira. Estava prevista uma cerimónia de inauguração em que falaria um
orador canadiano. Por motivos desconhecidos, a cerimónia não se realizou: da
noite para o dia, um trabalhador da Câmara com o auxílio de uma escada arrancou
a zarapilheira e foi assim inaugurada a estátua deste insigne navegador.”
Fonte: O Biblocas n.º 15
Igreja
de Santo António
“... a
Igreja de Santo António, concluída em I625, ano de funcionamento do convento
anexo, foi até há bem pouco tempo propriedade da Câmara Municipal?
É verdade,
foi precisamente no ano de 2002, por deliberação camarária, que a referida
igreja passou para a posse da Paróquia de Sta. Maria Maior. Pela sua
importância, vamos-te contar um pouco da história deste monumento.
A Igreja
de Santo Antônio pertenceu ao antigo convento dos Franciscanos Capuchos que
complementava um outro, conhecido pelo nome de Convento de S. Francisco do
Monte, hoje completamente abandonado. O convento a que a igreja de Santo
António pertencia foi fundado em 1612 por um fidalgo da Casa Real chamado
António Martins da Costa, que também foi governador de Santa Cruz de Cochim e
comendador de Arguim (Índia) na Ordem de Cristo. A vasta área hoje ocupada
pelos cemitérios Municipal e da Ordem dos Terceiros de S. Francisco pertencia
ao antigo convento dos Franciscanos.
Nos
princípios do séc. XVIII, quando a Província Portuguesa da Ordem Franciscana se
dividiu em duas, a sede da nova Província, chamada da Imaculada Conceição,
ficou neste convento de Viana. Mais tarde, passou para Túmulo do fundador a
posse do Estado, onde, em 1840, uma boa parte da área passou a servir de
Cemitério Público e no edifício do convento estabeleceu-se o Hospital Militar,
depois enfermaria militar no decurso do séc. XX até à década de 70, sendo hoje
o Centro Social e Paroquial de Sta. Maria Maior. O templo passou à posse da
Câmara Municipal e a limpeza, assistência e conservação da igreja, bem como do
cemitério, passou a ficar a seu cargo. Assim, a igreja de Santo António, ao longo
dos tempos, sofreu obras de beatificação básica, incluindo a fachada exterior.
No
interior, esta igreja possui um excelente tesouro artístico onde se podem
destacar retábulos de altares e pinturas assim como o túmulo do fundador.
Faz uma
visita a este monumento para ficares a conhecê-lo melhor!”
Fonte: O Biblocas n.º 14
Biblioteca
Municipal de Viana do Castelo – Edifício Actual
“... a
criação da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo remonta à segunda metade do
século XIX? É verdade. No entanto, à falta de- instalações próprias,
acordou-se, em sessão de Câmara de 1888, depositar os livros na biblioteca do
Liceu Nacional, a funcionar no Palácio dos Cunhas, onde hoje está instalado o
Governo Civil. Dado que não passava de um amontoado de livros, em 1912, uma figura
ilustre da nossa cidade, o Pe. Dr. Rodrigo Fernandes Fontinha, propôs receber
os livros legados à Câmara, instalando provisoriamente a biblioteca numa sala
dos antigos Paços do Concelho. Por isso, a biblioteca completa no presente ano
de 2002, noventa Arq. Siza Vieira (Foto Eduardo Gajeiro) anos de abertura ao
público, o que é para nós motivo de orgulho e satisfação.
Em
Novembro de 1923 as instalações da Biblioteca Municipal são transferidas para o
edifício do Museu Regional, no Largo de S. Domingos, edifício de que já te
falamos nesta página, tendo aí permanecido até 1966. Desta data em diante
voltou a conhecer um novo espaço, na Casa dos Alpuins, mesmo ao lado da actual
biblioteca, que em resultado de um acordo estabelecido entre a Câmara Municipal
e o Instituto Português do Livro e da Leitura (IPLL), para aqui foi transferida
em 1989. A partir dessa data, em resultado desse acordo, a Biblioteca é
renovada no âmbito da Rede Nacional de Leitura Pública.
Passados
todos estes anos, projeta-se agora uma nova biblioteca, em novo edifício a
construir junto ao rio, perto do monumento ao 25 de Abril, numa praça que se
passará a chamar "Praça da Liberdade". O projecto desta nova
biblioteca é da autoria de um arquitecto português conhecido em todo mundo,
chamado Álvaro Siza Vieira. Isto acontece porque a biblioteca actual já não dá
respostas às exigências e solicitações da comunidade a que pertencemos. Assim,
a nova Biblioteca Municipal de Viana do Castelo será de maiores dimensões, com
bastante luz, bem moderna e bonita, e adequada ao nosso concelho.”
Fonte: O Biblocas n.º 11
Largo
Vasco da Gama
"... o Largo
Vasco da Gama chamava-se antigamente de Largo de Santo Homem Bom? É verdade, o
nome antigo do largo relaciona-se com o Santo Patrono "dos
Alfaiates", cuja origem vem da capelinha que existe nesse mesmo largo e
que hoje se chama de "Nossa Senhora das Candeias".
Neste
largo encontramos com interesse: a capela de "Nossa Senhora das
Candeias", edificada no 1.º quartel do século XVII junto à antiga
"Fonte dos Tornos", sob a invocação de "Santo Homem Bom",
patrono dos Alfaiates, mercadores, sirgueiros e tosadores; as conhecidas casas
do Largo de Santo Homem Bom, tendo uma delas janelas manuelinas; e o chafariz
de Mercúrio que esteve inicialmente no Jardim Público, mudando para o largo
actual em 1958. Esta peça escultórica, representa a divindade romana do
Comércio. Como deves saber, os romanos tinham vários deuses. O chafariz tem
inscrita a data de construção de 4 de Abril de 1840.
Uma das
casas do Largo de Santo Homem Bom, que fica na esquina, à Travessa de Santa
Clara, pertenceu, no séc. XVIII à família Abreu Coutinho. Esta casa foi
adquirida, por volta de 1970, pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, para
aí instalar o "Centro de Cultura Juvenil" - Escola de Música e Orquestra
Ligeira, hoje Fundação Maestro José Pedra. Por cima, ao centro, tem uma pedra
d'armas que identifica os antigos proprietários desta casa: Abreu; Coutinho;
Pereira e Lima. Para além disso, a encimar esta identificação temos uma coroa
porque nesta família existiu alguém a quem a monarquia atribuiu o título de conde,
concedido pela monarquia às pessoas que se destacavam nos serviços prestados ao
rei.
Como
vês, muitas são as razões para visitares este largo, onde irás encontrar
monumentos muito bonitos.”
Fonte: O Biblocas n.º 10
Museu do
Traje
"Fachada
do antigo "Hotel Europa", funcionando nos baixos a Papelaria Central,
de Alfredo Azevedo. Este edifício deu lugar ao Banco de Portugal.
“... no
actual Museu do Traje, hoje propriedade da Câmara Municipal, esteve instalado o
Banco de Portugal? É verdade, e para aí ser instalado o Banco, que antes
funcionava na Rua Manuel Espregueira desde 1 de Outubro de 1892, o edifício foi
construído de raíz e ficaria concluído em 1958, altura em que o chafariz com a
estátua de Mercúrio, seria removido do Jardim Público Marginal para o Largo
Vasco da Gama. O Banco de Portugal esteve aí instalado até 29 de Dezembro de
1992. Neste mesmo espaço existiu, antigamente, um hotel chamado "Hotel
Europa", e que se destacava na antiga Praça da Rainha, hoje Praça da
República.
A
necessidade da existência em Via na do Castelo de um Museu dedicado ao traje, à
sua variedade e riqueza, sente-se desde o início do século XX, quando se começa
a falar da criação de um Museu Municipal na cidade, já que nos documentos que
levaram à sua fundação as referências ao traje estão sempre presentes. Esta
necessidade baseava-se na vontade de mostrar aos muitos visitantes da cidade
estas peças específicas da região e de grande valor etnográfico que estava a
desaparecer do seu ambiente natural. Neste sentido, foram sendo adquiridos
fatos e peças soltas que integraram o espólio do Museu, com a intenção de virem
a ser expostos numa sala, o que acabou por nunca acontecer.
Quando
em 1997, a Câmara Municipal adquiriu o edifício do Banco de Portugal, com o
objectivo de aí instalar o Museu do Traje, tendo ficado a sua gestão entregue à
Comissão de Festas de N. Sra. da Agonia, cuja sede aí ficou instalada.
Este
espaço funciona também como galeria de exposições diversas, geralmente de artes
plásticas, organizadas pela autarquia.
Em 2000,
a própria Câmara tomou conta da gestão do Museu do Traje, com o objectivo de
desenvolver uma política continuada de exposições relacionadas apenas com a
divulgação do Traje.”
Fonte: O Biblocas n.º 9
Estátua
de Viana
“Estátua
de Viana num dos melhores enquadramentos paisagísticos da cidade: capela das
Malheiras e Templo-Monumento de Santa Luzia.
“… o
chafariz da estátua de Viana foi mandado construir há mais de duzentos anos?
Pois, foi precisamente em 1774, por ordem de José António Freire de Andrade,
conhecido como Conde de Bobadela, na altura Governador de Armas da Província do
Minho, que se verificou a sua construção.
Em 1922,
o mesmo chafariz foi restaurado por um mestre canteiro que se chamava Jacinto
Alves.
De
início, o chafariz, esteve à beira-rio, mais ou menos no mesmo sítio onde hoje
se encontra, depois de ter estado ao pé da "Casa do Campo da Feira" e
no Largo de Altamira. Em 1990, foi finalmente removido para o local de onde
havia saído pela primeira vez.
A
estátua do chafariz, como tu já te deves ter apercebido, simboliza Viana, representada
em figura feminina, coroada por um castelo e segurando na mão esquerda uma
caravela redonda. Segundo os historiadores de arte "o ritmo ondulante das
roupagens traduz o gosto naturalista da segunda metade de Setecentos – estilo
Rococó. À volta do chafariz vemos ainda quatro bustos esculpidos em pedestais,
simbolizando os quatro continentes. Daí, o conjunto ser uma alusão à tradição
marítima de Viana, principalmente à época dos descobrimentos.”
Fonte: O Biblocas n.º 8
Aspecto
antigo do chafariz da Praça (postal- Edição do Bazar Couto Viana)
“… o
aspecto do chafariz que está na Praça da República, que à data da sua
construção se chamava Campo do Forno, não foi sempre assim?
Pois é,
no entanto, sabe-se que se mantém no mesmo sítio desde a sua construção, em
1559. Dizem os historiadores que a Câmara Municipal, da então vila de Viana,
firmou contrato aos doze dias do mês de Junho de 1553, com o um mestre canteiro
(aquele que trabalha a pedra) chamado João Lopes (o Pai). João Lopes, chamado
também João Lopes-o-Velho para o distinguir dos outros seus descendentes, é o
primeiro de uma família de artistas, cujos membros se manteriam activos durante
século e meio, realizando importantes obras no norte de Portugal e na Galiza.
O
chafariz da Praça foi construído, de forma a substituir a cisterna medieval da
Rua do "Poço ", para abastecer água às casas das proximidades e para
quem a quisesse ir buscar em recipientes. No princípio, em toda a volta do
chafariz existia um gradeamento suportado por oito colunas de pedra. A sua construção
foi concluída em 1559. Segundo um livro chamado "Arcórdãos da Câmara",
do ano de 1556, existente no arquivo Municipal de Viana do Castelo, ficamos a
saber que foi constituída uma comissão, formada pelo juiz, vereadores,
procuradores e duas pessoas, responsável pela obra da construção do chafariz.
Esta decisão de constituir esta comissão permite-nos pensar que estava em vigor
o contrato firmado com João Lopes-o-Velho, em 1553. Mas este artista não
assistiu à conclusão da obra, pois faleceu em princípios de 1559, data da sua conclusão.
Foi a partir daí, que a comissão encarregada de promover a obra a estregou ao
filho, também ele chamado João Lopes, para que fosse concluída.”
Fonte: O Biblocas n.º 7
Casa de
João Velho | Casa dos
Velho ou "dos Arcos"
“...
aquela casa com arcos, junto à Sé Catedral, propriedade da Câmara Municipal de
Viana do Castelo, é conhecida por Casa dos Velho ou "dos Arcos" ?
Pois é
assim chamada, e a sua construção é atribuída aos finais do séc. XV. Pertenceu
a um navegador chamado João Velho, por isso, também se costuma chamar de Casa
de João Velho.
João
Velho é uma figura importante do séc. XVI e segundo os historiadores chegou a
hospedar D. Manuel I "em sua casa à porta do Postigo" em 150/ e, em
1513, "acompanhou o duque de Bragança à conquista de Azamor".
A casa é
um edifício sobradado, que o mesmo será dizer "com um primeiro andar"
sobre uma lógia (uma espécie de arcada), definido por três arcos de aresta
boleada. Possui uma escadaria exterior de acesso ao andar nobre de onde se
abrem duas janelas quadrífidas, isto é, divididas em quatro por travessas em
cruz. Do lado das janelas, ao centro do arco maior, apesar de estar quase
apagado, podes ver o brasão (pedra d' armas) no qual está representado o
apelido dos "Velho".
Noutros
tempos funcionaram neste edifício o Instituto Histórico do Minho, instituição
que deu nome ao largo, a Aliança Francesa e, actualmente, é a sede da
Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho.”
Fonte: O Biblocas n.º 6
Antigos
Paços do Concelho
... os
Antigos Paços do Concelho, aquele edifício que tu podes ver mesmo em frente ao chafariz,
na Praça da República, que em tempos se chamou Praça da Rainha em homenagem à
Rainha D. Maria II, começou a construir-se no reinado do rei D. Manuel I e foi concluído
no de D. Antigos Paços do Concelho João III? Com certeza que já tinhas ouvido
falar! Assim como já te devem ter contado que a sua construção se deve a
canteiros (pessoas que trabalham a pedra) galegos que viviam em Portugal. A
designação de Paços do Concelho tem a sua origem no facto de aí ter funcionado
a sede do Concelho, ou seja, aí ter estado instalada a Câmara Municipal e os
seus serviços administrativos, desde o séc. XVI até meados do séc. XX. Para
além disso, ao longo dos tempos, foram várias as funções que teve e os serviços
que aí se fixaram, desde a administração pública à aferição de pesos e medidas quartel
de bombeiros, polícia e cadeia preventiva, etc., e, ultimamente, tem servido de
espaço para exposições, mini-feira de livros, palestras e outros eventos.
Este
edifício nem sempre foi assim. Apesar de sofrer várias transformações,
principalmente no piso inferior, manteve, de certa forma, a estrutura inicial,
que os entendidos em matéria de arte, dizem ser de estilo manuelino ligando-o à
época de construção, mas de raiz gótica.
Ao
passares na Praça da República, procura contemplá-lo. Na sua parte inferior podes
ver cinco arcos quebrados de estilo gótico e três portadas rectangulares na
frontaria do andar superior, rodeadas pelo símbolo heráldico de Viana (nau), a
Cruz de Cristo e uma esfera armilar. Por cima podes ainda ver as ameias,
definidas por uma série de merlões, que dão uma certa grandeza ao edifício e,
ao mesmo tempo, te fazem recuar (na imaginação) a tempos passados da nossa
história."
Fonte: O Biblocas n.º 5
Hospital
Velho
"... a
casa conhecida por Hospital Velho foi, noutros tempos, uma pequena pousada,
hospital ou albergaria? É que, por meados do séc. XV, eram aí acolhidas as
pessoas que iam a pé (em peregrinação) a caminho de Santiago de Compostela.
Este edifício passou a ser conhecido por "Hospital Velho ", após a
construção do hospital da Santa Casa da Misericórdia (1586-1589), na altura
situado na "Praça do Campo do Forno ", mais tarde Praça da Rainha,
hoje Praça da República.
Há
memória de que um senhor, com o nome de João Anes, colocou o sobrado no piso
superior da casa e, em 28 de Dezembro de 1468, sua filha Maria Anes e genro
João Pais "o Velho" dotaram esta edificação com rendimentos para no
futuro assegurarem a sua manutenção, bem como os encargos necessários à
assistência a doentes e peregrinos. A implantação de albergarias e dum primeiro
hospital, vem na sequência do aumento de importância da vila de Viana em fins
da Idade Média. Além dos peregrinos, esta casa, dava também guarida a
mercadores que se encontravam de passagem.
Ficas
também a saber que, no século XVI, a casa foi totalmente remodelada, sendo
refeita a fachada, onde sobressaem janelas de recorte manuelino, uma pedra
trabalhada (de armas) simbolizando os apelidos das famílias de Portocarreiro e
Rocha e um nicho com uma imagem em terracota (argila) do Senhor da
Ressurreição.
No
interior, podes contemplar um belo pátio todo lajeado, com um alpendre em
madeira, suportado em grandes arcos de pedra, muito largos e com as arestas
cortadas, típicos da época manuelina, e no piso superior, numa das portas quinhentistas,
a data da reconstrução (1599).
Neste
edifício municipal, estão instalados um Posto de Turismo da RTAM (Região de
Turismo do Alto Minho) e a Divisão de Acção Cultural da Câmara Municipal de
Viana do Castelo, e fica situado na rua do mesmo nome (Hospital Velho), junto à
Praça da Erva.”
Fonte: O Biblocas n.º 4
Teatro
Municipal Sá de Miranda
“... o
Teatro Municipal Sá de Miranda tem sofrido grandes obras de beneficiação e
melhoramentos que fazem dele um espaço moderno e acolhedor tanto para os
actores como para o público? E para aumentar ainda mais os teus conhecimentos,
ficas a saber que o projecto deste Teatro, que hoje pertence à Câmara Municipal
(desde 1985), foi elaborado por um senhor arquitecto chamado José Geraldo da
Silva Sardinha. A primeira pedra foi lançada em Dezembro de 1875, e a sua
inauguração ocorreu em 29 de Abril de 1885. A obra de pedreiro foi dirigida
pelo mestre de obras, empreiteiro dos nossos dias, Luís Martins Viana e a de
carpintaria por José de Sousa Lima. A pintura do tecto foi feita por um
vianense chamado João Baptista do Rio e o pano de boca de cena foi esboçado
(desenhada) por Luigi Manini e pintado por Hercole Lambertini, cenógrafos do
Teatro São Carlos.
A
iniciativa da construção deste nosso lindo Teatro, deve-se a seis
personalidades: conselheiro António Alberto da Rocha Páris, José Afonso de
Espregueira, Sebastião da Silva Neves, José Alves de Sousa Ferreira, Major José
Maria Pereira Viana e Dr. José Alfredo da Câmara Leme. Estes senhores formaram,
em 1874, uma empresa que se chamou "Companhia Fomentadora Vianense ",
cujo principal objectivo era a construção do edifício.
O Teatro
foi construído em Viana numa altura de grandes transformações. Entre outras,
salientam-se: a velha ponte de madeira fora substituída por outra, moderníssima,
de metal, e que trazia consigo o ambicionado caminho de ferro; o edifício da
estação, que o recebeu; concluíam-se as obras do porto de mar e era inaugurado
o nosso mercado.
O nome atribuído
ao Teatro vem do grande poeta Francisco Sá de Miranda que nasceu em Coimbra, a
28 de Agosto de 1481 e, em 1552, veio viver para a Quinta da Tapada, perto de
Duas Igrejas, aqui no Alto Minho, junto ao rio Neiva, onde o escritor se dedicou
à poesia."
Fonte: O Biblocas n.º 3
CASA DA
CARREIRA
“… o
edifício onde está instalada a Câmara Municipal é conhecido pela "Casa da
Carreira"? Pois é, e pertenceu a um comendador de nome Fernão Brandão que,
juntamente com a sua esposa, o mandaram construir em 1527. Antes de ser
conhecido por "Casa dos Condes da Carreira" designava-se por palacete
dos Abreu Távoras, cujo apelido era o mesmo da família que foi perseguida no
tempo do Marquês de Pombal, acusada de querer assassinar o rei D. José. Por
isso, esta família deixou de usar o nome Távora, que só mais tarde retomaria, e
mandou apagar (picar) a pedra de armas (brasão) existente na frente da casa.
Anexa à
casa existe uma capela, também ela designada dos Távoras, que remonta aos
princípios do século XVIII. Se reparares, por cima da porta da capela, existe
outra pedra de armas, onde estão representados os apelidos de Távora (picado),
Castro, Pereira e Abreu.
O
primeiro Conde da Carreira, foi um senhor chamado Luís Antônio de Abreu Lima,
que nasceu nesta mesma casa a 17 de Outubro de 1785, e é considerado um dos
mais ilustres vianenses. Casou em Paris com uma senhora de origem alemã, de seu
nome Ana Luísa Dannemarch, de quem não teve filhos. Este senhor conde era
militar e chegou a Marechal de Campo, mas foi como diplomata que se
notabilizou. Morreu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1871.
A Casa
da Carreira, conservou-se na família Abreu e Lima até ao princípio do século
XX, e, em 1970, os filhos do último Conde da Carreira venderam-na à Câmara
Municipal, que depois de restaurada, respeitando a sua antiga traça, nela
instalou e pôs a funcionar, em 1972, os serviços da mesma autarquia.”
Fonte: O Biblocas n.º 2
Museu
Municipal
“… o
edifício onde está instalado o Museu Municipal foi mandado construir em 1724 por
um senhor ligado à Igreja, que tinha o título de Cónego da Sé de Braga, e
chamava-se António Felgueiras Lima. Dizem os historiadores, que este senhor cónego,
por ser amante da sua terra natal, na altura denominada de Viana da Foz do
Lima, e desejoso de agradar ao então Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles, que
aqui gostava de tomar banhos de mar, resolveu mandar construir este edifício para
o receber.
O
engenheiro que fez a planta chamava-se Manuel Fernandes da Silva, segundo o
estilo da casa que existe na Rua Manuel Espregueira, onde está instalado o
Arquivo Distrital. As pessoas responsáveis pela sua construção foram os mestres
pedreiros de Viana Jerónimo de Oliveira e um seu irmão chamado Manuel.
À morte
de António Felgueiras Lima, esta bonita casa, situada no Largo de S. Domingos,
foi comprada em 1730 por um senhor doutor, formado em Coimbra, chamado de João
Barbosa Teixeira Maciel. Se reparares na pedra trabalhada, que tu já conheces
como "pedra de armas", bem ao centro da casa, poderás descobrir que
simboliza os apelidos da família Barbosa Maciel.
Em 1921,
a Câmara Municipal de Viana do Castelo comprou a casa, para nela instalar
definitivamente o Museu Municipal, que antes tinha conhecido uma série de
projectos, mas que nunca se concretizaram. Também aqui funcionara a Biblioteca
Municipal, até ser mudada em 1966 para a Casa dos Alpuim, na rua Cândido dos
Reis, bem como o Arquivo Municipal.
Fonte: O Biblocas n.º 1
Biblioteca
Municipal
"… o
edifício onde está instalada a Biblioteca Municipal é um Palacete armorejado do
século XVII, também conhecido por "Casa dos Monfalim" ?Pois é, e tem
esta designação porque pertenceu à terceira marquesa de Terena, casada com D.
Filipe de Sousa Hotstein, primeiro marquês de Monfalim.
Se
reparares para o exterior consegues ver uma pedra trabalhada pedra essa que se designa
de "pedra de armas, porque simboliza as famílias proprietárias da casa,
ligadas à nobreza. Aí estão representados os apelidos de Cunha, Maciel, Rego e
Barbosa.
Quanto à
Biblioteca Municipal, a sua criação remonta aos finais do sec. XIX. Foi fundada
em 16 de Fevereiro de 1888 e o seu fundo bibliográfico inicial viria a constituir-se
com base nos livros da Repartição da Fazenda do concelho e com os existentes
nas livrarias dos conventos femininos, à medida que estes fossem extintos. Em
Novembro de 1912, a Biblioteca foi instalada no edifício dos Paços do Concelho,
à Praça da República, e o seu fundo bibliográfico foi enriquecido com vários
volumes oferecidos particulares; em 1923 viu novamente transferidos as suas
instalações, desta vez para o edifício do :Museu Regional (actual Museu
Municipal, onde permaneceu até 1966. Desta data em diante voltou a conhecer um
novo espaço, alugado para o efeito, na casa dos Alpuins, sendo o seu fundo bibliográfico
enriquecido com bibliotecas particulares e com a aquisição de novos livros no
mercado a partir de 1974; a partir de 1989 a Biblioteca foi renovada e
instalada no edifício na Rua Cândido dos Reis."
Fonte: O Biblocas n.º 0
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